quarta-feira, 28 de março de 2012

Hora nova, sono velho


Ora aí está, comprovado cientificamente pelos bravos do pedal e das ciências (des) humanas. Depois de muitas horas de estudo e de experiências, pudemos comprovar a tempo e horas, por uma simples pesquisa na Internet, que o ritmo cicardiano pode tramar aqueles que se esquecem de colocar máquinas sofisticadas e barulhentas para contrariar o referido ritmo.
Mesmo para os que contrariaram o cicardiano, tentando usar a principal caraterística do país dos relógios, tiveram que enfrentar a inércia do sono e à hora marcada para a hora H a imagem era esta:
- Oh Vítor que horas são?- pergunta o António. -São 8 horas e 2 minutos, responde o primeiro.
  Ao Vítor e ao António só restou fazer horas. Pouco a pouco lá foram aparecendo alguns bravos do pedal. Por ora ainda estávamos otimistas mas ora a fazer contas ora a dar uns últimos retoques nas gingas chegamos à conclusão que não seríamos mais do que meia dúzia.
Claro está que a culpa não foi só dos relógios, os deveres matrimoniais, paternais e outros mais também tiveram influência nesta pouca afluência de bravos.
Agora que a hora já avançou bastante relativamente à hora H, decidimos dar o passo seguinte nas habituais voltas domingueiras. Hora da cafeína, um local bem perto do ponto de encontro e os mais retardatários sempre poderiam facilmente ir até lá.

Mais um pouco a fazer horas para ver se apareciam, fora de horas, mais alguns bravos do pedal.
Convém ressalvar que apesar de aparecer na foto “Máquinas Agrícolas”, as máquinas usadas por nós são preparadas para usar na montanha, são máquinas “montanhescas”.
São 8 horas e trinta minutos, já não dá para fazer mais horas, são horas de partir. E assim foi, 6 bravos do pedal fizeram-se à estrada, melhor à montanha, destino – Pegadinha.
Para aquecer os motores, o engenheiro do percurso, o Nuno, resolve, à semelhança do que aconteceu em Viana e em Ponte de Lima – 5 Km de ecovia, descer até ao rio e fazer 100 metros de ecovia. Não é fácil arranjar a proporção de tal equivalência face ao número de atletas e à temperatura do ar, muito agradável – diga-se. Mas os engenheiros é que sabem dessas coisas.
Começar as voltas com um pouco de ecovia parece que resulta bem, mesmo quando esse pouco é mesmo pouco, mesmo mesmo

A noite com poucas horas (ou não) parece também ter afetado a qualidade das fotos.
Foi tão pouco de ecovia que enquanto parei para tirar estas fotos medíocres, guardei a máquina e segui viagem, já não vi mais ciclistas na ecovia. Com o Nuno e o Agostinho na frente do pelotão só podem ter começado com um ritmo diabólico e já passaram para o outro lado da ponte. Ora, só me restava pedalar um pouco mais depressa e tentar apanhá-los. Nada no horizonte!!! voltar para trás e perguntar a um transeunte, ou um pescador. Surpreso, estávamos a voltar para o ponto de partida ou perto dele, lá encontrei, finalmente, o restante grupo. Estava o aquecimento feito, está na hora de subir. E assim foi, primeiro pelas vielas e ruelas da Vila de Ponte da Barca para logo de seguida percorrermos umas calçadas novas para a maioria do grupo.
Findas essas novas calçadas seguimos por trilhos conhecidos até à Pegadinha.
-Ora Agostinho, eles sabem o caminho.
Deixem-me só arranjar a indumentária que eu já os apanho.


E não é que apanhou mesmo, reparem bem na foto – o grande plano é do Rui mas lá na frente, coladinho ao Nuno e o Agostinho, vai o Vítor.
O que é que eu poderei arranjar na minha indumentária para conseguir apanhá-los?!
Mais do que a tempo e horas, o ritmo imposto pelos fugitivos era mesmo diabólico, chegamos à Pegadinha. Por falar em Pegadinha, mal lá chegamos resolvemos fazer uma pegadinha (brasileiro) com as nossas gingas.
Vês Viana, vês! não caiem ...
O Viana ficou sem palavras, se fosse o Filipe não seria de admirar. Neste caso foi mesmo a pegadinha (brasileiro). Passada a admiração e estupefação da pegadinha foi hora de pegar uma foto  de grupo.
O Agostinho quis solidarizar-se com os outros e ficou ao mesmo nível

A solidariedade do Agostinho foi por pouco tempo, de regresso à estrada, melhor, aos caminhos, é vê-los partir!
Aqueles dois estragaram o piso todo agora já ninguém consegue subir - contestam os outros elementos do grupo
Vencido o primeiro obstáculo é hora de partir para o próximo, toca a subir até ao 700 metros do nível do mar. Para chegar ao topo da serra de Oural os 4 bravos lá tiveram que perseguir os dois fugitivos. Mesmo apeados ainda seguiam na frente.
- Despacha-te Agostinho que eles vêm já aí.

Numa perseguição sem tréguas, toca a pedalar rumo a Oural. Ora, ora, o espírito de camaradagem dos bravos do pelotão não foi descurado, vejam só:

Ah, Ah, um jeito na indumentária e aqui estou eu - diz o Rui

Ora cá estão os bravos do pedal no topo da montanha:

Um, dois, três, quatro, cinco, seis.

Face ao esforço despendido o António resolve telefonar, com muitas interferências na chamada, à sua paixão para lhe pedir que colocasse uma garrafinha no congelador para repor as energias no final da volta. Vai daí, notícia espalhada aos sete ventos, digo seis bravos, toca a descer num ritmo corajoso. Por trilhos conhecidos mas muito interessantes de se fazerem fomos parar a Lavradas e daí até à casa do António, pela ecovia, foi um tirinho, principalmente para os dois fugitivos. Quando os restantes quatro chegaram já os outros estavam de saída. Não, não foi assim, só a parte da saída, a esposa do António obrigou-os a esperar pelos companheiros :-), não estivesse ele no grupo dos retardatários.
Hora, a tempo e horas, do debriefing:

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, + o António e o Nuno, oito?!?!
Correção – onde se lê “notícia espalhada aos sete ventos” deve ler-se “notícia espalhada aos oito ventos”.
Parece que houve gente a dispensar da prova Oural. Os que tiveram que ir à prova Oural tiveram a felicidade de não encontrar o milhafre, tal era a velocidade imposta e tão poucos eram os ciclistas, e as duas quedas registadas não tiveram quaisquer consequências.
Uma volta fantástica.

Mais fotos do passeio AQUI

Abraços Tapafurísticos

António Galvão



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