quinta-feira, 7 de março de 2013

IV Passeio BTT Rota do Fumeiro - Vieira do Minho



Domingo 3-3-2013
Toca o despertador – Espreguiça-se, e pensa-se: ”Porque é que não me dediquei à sueca?”
Entre lutas com as primeiras águas do dia na tentativa de um despertar mais eficaz e a dança com as lycras, toma-se um pequeno-almoço a pensar no esforço que nos espera.
As bagagens estão prontas e preparadas de véspera e agora é rumar ao local combinado para a partida em conjunto com os colegas.
Hoje é dia da IV Rota do Fumeiro: objectivo VIEIRA DO MINHO!

Nestas coisas do ciclismo a preparação mental é muito importante e por isso não devemos perturbar os neurónios com ideias estranhas como levantar cedo, vai daí veste-se o robe para dar ao cérebro a sensação de que fomos apenas à casa de banho!!!
Vestidos assim parece mesmo: "xixi cama"

Depois de um desfile de novos modelos da linha: ”Frio mas cheio de estilo” dos texteis Tapafuros!! (chique não?)
Temos de estar sempre prontos para a luta...
... e enfrentar o frio com todas as armas...
.. novos modelos de "passa montanhas" protegem o ciclista das baixas temperaturas...

fizemos a chamada aos ciclistas que iriam a Vieira:

Valente – Presente (não falha uma volta, está sempre presente!)
Nuno – Pretérito mais que perfeito (Em grande forma “correu” para a frente)
Agostinho – Futuro (futuramente no top 10)
Viana – Imperativo (era imperativo pôr-nos a caminho pois queria começar a pedalar – dizia ele)
António – Condicional (em má forma, a condição das pernas… condiciona-o)
Vitor- Gerúndio (andando e esperando)
Hélio –  Conjuntivo (o conjunto de lycras novas assentavam que nem uma luva)
Angelo - Passado (…da cabeça por não ter forças logo desde o inicio do passeio)

Acondicionadas as bicicletas numa carripana espaçosa e os tripulantes acomodados (ou terá sido incomodados… com a falta de espaço para as pernas) num jipe fantástico, arrancamos até Vieira do Minho.
Mas que bela carrinha cheia de tralha!
-Ó Vítor desmontaste as pernas? -Sim sim estão na carrinha António!


Pela viagem definimos a primeira de muitas estratégias: musica de Graciano Saga e similares e, claro está, muita concertinada para motivar as hostes.
Com as gargantas afinadas, decidimos delinear (termo que a Troika usa mas ninguém ainda percebeu muito bem para que serve) a estratégia a seguir pelos Tapafuros no passeio: irmos todos juntos num ritmo de passeio para aproveitarmos ao máximo as paisagens de Vieira do Minho e os trilhos idealizados e criados pelos amigos dos Pedalar Vieira.
A motivação era enorme a julgar pelas amostras que tinhamos visto na net do árduo e intenso trabalho que a organização teve a preparar mais uma Rota do Fumeiro.

Chegados a Vieira do Minho, toca de ir levantar os dorsais. Tudo muito bem organizado, como seria de esperar, com 5 meninas simpáticas a fornecerem os sacos aos lycrosos com uma bela duma chouriça lá dentro. 
Os números em cima são da classificação final? Mas como eles sabem? - parecem dizer!

Tomado o café e reforçado o pequeno-almoço (só a viagem de carro deu para cansar os atletas devido à cantoria e ao falatório produzido por Km percorrido) preparamo-nos para a partida.
Alinhados para a partida definiu-se a estratégia

Entre fotos da praxe, aqui se protagoniza a primeira fuga do dia: a da menina da rádio Alto Ave que fazia reportagem entre os ciclistas e que escapou por uma unha negra aos Tapafuros já que o som da partida foi dado nesse preciso momento.
Lograda a tentativa de dar uma entrevista, os Tapafuros, meio desorientados, arrancam com a maralha estabelecendo logo duas novas estratégias: 
Pedala pá que vai tudo prá frente e o caminho é por ali!  seguida por 7 dos elementos participantes e  
Se a menina da rádio te escapou aqui vai até ao reforço que pode ser que esteja lá!” seguida pelo restante.
500 ciclistas a pedalarem ao mesmo tempo é bonito de se ver! – Dizem, porque nunca vi! Como vou lá no meio só vejo os 20 que me rodeiam.
Põe-te a tirar fotos e depois diz que ficas para trás - dizia o Hélio

Passados os primeiros kilometros em alcatrão, que faz sempre bem ás pernas e estica o pelotão, chegamos aos trilhos que dão ao BTT a razão ao seu nome: o todo terreno.

Sobe para ali, sobe para lá, sobe até aquele cume, sempre a subir na vida: pelo menos foi o que pareceu…
Denho a dingua de dora? Ito dobe duito - parecia dizer Ang3lo

A estratégia “Pedala pá que vai tudo prá frente e o caminho é por ali!” estava a ser substituída por “Pedala pá mas devagarinho o caminho é por ali mas tens tempo” e a outra estratégia começava a transformar-se em “A menina da rádio se calhar não está no reforço, mas há lá bolos!”.
Tendo este cronista saído do final do pelotão (boa desculpa, fui mas é ficando para trás logo ao inicio), aos poucos lá consegui recuperar alguns lugares, e quando me preparava para uma viagem a “solo” começo a recolher colegas Tapafuros que segundo vociferavam já não davam mais, mas soou-me a desculpa esfarrapada só para não deixarem ninguém para trás.
Por esta altura Ang3lo, Valente e Viana eram acompanhados pelo Victor que fez questão de esperar e assim embarcar na estratégia que valeu até ao final para este grupo: “Andar como se pode e ao máximo da diversão!”.
Estratégia : Andar como se pode e ao máximo da diversão!”.

E os outros? – perguntam vocês.


Quero lá saber. – Respondo eu.

Naaaaãooo, brincadeira! Ora vejamos:

O Hélio ia no meio da confusão (ou pelotão) de sorriso permanente, já que este passeio significou a sua estreia vestido de Tapafuros. Uma inauguração é uma inauguração e o Hélio fazia questão de brindar com todos o seu belo equipamento.
Mais à frente ia o António armado em ET. Passo a explicar: por duas ocasiões teve “encontros imediatos”… com Tapafuros! Por duas ocasiões deu de frente com o Agostinho: na “pane” deste ultimo e no reforço.
O Agostinho foi, como dissemos, atacado pelo Milhafre, esse vil inimigo dos ciclistas e que costuma provocar maleitas nos ditos cujos…ciclistas.
Trilho bonito, ciclista animado, milhafre malvado e pimba…joelho do Agostinho sangrante e desviador empenado.
O joelho sangra mas haviam de ver como ficou a pedra!

Já o Nuno que decidiu “correr” (literalmente – até há um vídeo disso AQUI minuto 1:40) para a frente…e ia apanhando peças do Agostinho e as caibras do António, animando-os para chegarem ao reforço e assim fazerem uma paragem ao pintainho, ou vulgarmente conhecido em inglês por pit stop.
Nuno - "Xiiii subir até ali a apanhar caimbras do Antonio e peças do Agostinho? Devia ter trazido a mochila!"

Já era sabido que os amigos dos Pedalar Vieira se tinham esmerado na definição dos trajectos, mas ao percorrê-los…sem palavras!! Simplesmente fantásticos os gazes únicos, ou vulgarmente conhecidos em Inglês por Single tracks.

Com vista fantástica para a albufeira da Caniçada, o trilho manhoso e vertiginoso com o abismo ali a ameaçar, foi das melhores sensações que o BTT proporcionou a este que vos escreve…maravilhoso!!! Parabéns aos trabalhadores na criação do trilho.
Lá ao fundo o "charco" - vertiiiiigem!

Tão maravilhados ficaram os nossos amigos Agostinho e Viana, que nesta zona decidem experimentar a sensação única do: ai Jesus que lá vou eu!!
Se o primeiro bateu numa rocha e esmurrou o joelho, entortou o desviador (ficou ele próprio desviado) e estragou irremediavelmente a rocha, já o segundo quase vai a banhos na Caniçada, sujeito a ir à barragem e a entupir uma turbina dos Chineses da EDP e nós termos que pagar o prejuízo!
Viana a recuperar da queda - "Vitor, se eu não desse uma chincula ía à barragem!"- explicava ele

Felizmente apenas arranhões e “amassos” menores resultaram destas ocorrências.

Depois da luta com as vertigens e de um trilho delicioso junto ao Cruzeiro da senhora da Fé chegamos ao reforço.
E algo há a dizer acerca do reforço: vista panorâmica, oficina de assistência técnica, pessoal simpático e muito prestável com prazer em nos ter por lá, comida variada (Bolos diversos, marmelada, presunto!!! Pão e broa :) ), café (são inigualáveis nisto) sumos e agua. Do nosso ponto de vista: o paraíso dos reforços do BTT está na serra da Serradela!!! MAIS NADA!
Zona do reforço vista 1
Zona do reforço vista...espectacular!

Mas do reforço dos Tapafuros contam-se duas histórias:
- Os Tapafuros da frente (Agostinho, Nuno, Hélio e António) reagruparam e decidiram ali a estratégia para o resto da prova: “Foge que a Troika ainda nos apanha” e após o ataque de tosse do António e do desempeno ao Agostinho, perdão, ao desviador do Agostinho, lá seguiram viagem a todo o gás.
- Os Tapafuros da estratégia “Andar como se pode e ao máximo da diversão!” (Valente, Vitor, Viana e Angelo) fizeram ali quase a sua casa de férias: comeram e beberam, tiraram fotos, brindaram com Favaios e conviveram com colegas que lá se encontravam.
No meio da confusão de ciclistas e bicicletas delicadamente arremessadas para o chão eis que surge a razão do sacrifício em chegar ao reforço: a menina da rádio!
Objectivo cumprido! 14km percorridos, 800 metros de altitude, trilhos periclitantes e subidas infindáveis, mas agora a entrevista estava ao alcance!!!!!!
E assim foi.
Simpática e paciente, a repórter da Radio Alto Ave fez a entrevista possível a dois Tapafuros que despejaram, sem pedir licença, uma data de baboseiras sem sentido nos 96.1 fm da estação local. Ainda assim e porque ninguém pode provar o contrário, foi durante a nossa entrevista que a Radio obteve o maior share do dia! 
A entrevista AQUI
A menina da radio e os Tapafuros - sucesso nas audiências.

Depois do reforço, indicaram os amigos da organização, viria o melhor. Melhor ainda? Só se forem as descidas. E não é que foram mesmo?
Os pedalar Vieira não servem para políticos pois cumprem o que prometem.
Trilhos fantásticos pelo meio da Serra da Cabreira, quilometros de single tracks, as pontes criadas para o evento, as matas deslumbrantes, o ziguezaguear pelas arvores e o manto de folhas a tapetar os caminhos… fazer BTT e participar num passeio deveria ser isto mesmo.
Não são importantes os tempos, os lugares na classificação geral, os Km’s percorridos…vale pela satisfação de ter o privilégio de conhecer aqueles locais a fazer o que tanto gostamos: andar de bicicleta.
Ó Sr. Vitor isto É LINDO!
Quase atropelo um esquilo!
Foi de mim ou apagaram as luzes lá atrás?

Por isso a longa crónica dos Tapafuros acerca do IV PASSEIO BTT ROTA DO FUMEIRO em Vieira do Minho termina por aqui, da melhor forma, com a descrição da sensação unanime de que foi um dia magnifico de BTT: Obrigado Pedalar Vieira e parabéns. Até ao ano!
Coisa mais linda

PS: Embora não tenhamos participado no belo do almoço da organização, comemos muito bem em Vieira do Minho e no regresso voltou a ouvir-se Graciano Saga e similares.
Come-se bem pois então!

As fotos dos Tapafuros AQUI.

Saudações Tapafurísticas!
Ang3lo