quinta-feira, 28 de julho de 2011

Em Viana o Milhafre e o Viana - 24-07-2011

Acometido que estou de um vazio criativo, juntamente com uma enorme preguiça, foi-me colocada à frente uma folha vazia para preencher com o relato de mais uma volta domingueira dos tapafurQs.
Sem as virtudes de escrita do Alone, vou dar o meu melhor para relatar os feitos (ou defeitos) de mais uma desventura bttistisca dos tapafurQs, cá vai:
Sem grandes tempos para combinações pormenorizadas, esta semana os tapafurQs fizeram um encontro à maneira: “não se combina nada e vamos ver quem aparece”.
E apareceram 7 (Ang3lo, Isá, Zé Duarte (o organizador), Zé Costa (o Co-responsável), Viana, Paulino e Serafim) mais o nosso amigo Vítor.  Os restantes estão “a banhos” e ao que julgamos saber só dão ao pedal nas gaivotas ao largo das nossas costas.
Os nossos amigos já nos enviaram uma foto elucidativa da beleza das moçoilas que se passeiam pela praia.
 Adiante…
O percurso estava engendrado na cabeça do Zé Duarte de forma tão nítida como o trajecto fornecido pelo TomTom para a farmácia de serviço em Sabirabad no Azerbeijão.
Apesar de termos percorrido 3 km sem parar para a habitual dose de cafeína, o atraso valeu pela qualidade do mesmo o que nos deixou (é a mim mas pronto!) bastante animados para o passeio.
Um parentises para umas palavras de louvor para um simpático casal maduro que se sentou ao lado da nossa barulhenta mesa, e que ao aperceberem-se de que uma mochila tinha ficado esquecida em cima de uma cadeira, não tiveram mais e pegaram no carro e vieram em nossa perseguição para nos trazer o objecto esquecido. Agradecemos o gesto e a atitude com um grande bem hajam e muito obrigado – ainda há pessoas porreiras neste mundo meus amigos.
Retomamos o caminho…
Frases como: “A partir de aqui é a improvisar”, “Estamos rumo ao desconhecido”, “não conheço este caminho mas sei que não vai dar onde queremos ir” saídas da boca do nosso guia fazia com que os restantes trocassem olhares de apreensão e receio.

Largas avenidas
 Mas lá fomos por caminhos e ruelas em Serreleis e Perre até que nos deparamos com uma subida em terra batida com a floresta a erguer-se perante nós. O Zé Duarte animadamente indicou-nos que aquele seria o caminho que iríamos fazer pois de certeza que por ali não iríamos dar a lado nenhum, e assim seguimos… Subimos, a pedalar devagarinho, a andar (devagarinho também) sempre com a certeza que ninguém fazia a mais pálida ideia de onde estávamos.
Uma coisa era certa, aquele era o monte de Santa Luzia e no topo há uns geradores eólicos que pela sua grandeza nos serviriam de referência visual ao nosso périplo.

Devagarinho rumo ao...sabemos nós lá!
  Surpreendentemente, mantínhamos um ritmo calmo e unido mas sempre prontos a chamarmos a Protecção Civil caso a desorientação tomasse proporções alarmantes. A única preocupação nesta altura era a demonstrada pelo Viana que pressentia a presença de um Milhafre nas redondezas.

Viana preocupado pressentindo uma perturbação na "Força"
 A chegada às ventoinhas (também assim conhecidas) foi feita sem percalços e o momento Lua Vermelha parecia afastado dos planos. Hora de reabastecer com bananas espaciais, barras energéticas (110v ao estilo americano) e sumos isotónicos ou esotéricos dependendo dos utilizadores.
Não admira que haja tanto vento, as ventoinhas estão a funcionar! Dhaaaaaa!
 Na conversa dos presentes, palavras de esconjura e maldizer surgiram amiúde numa alusão às ferias que os band… digo companheiros restantes, estariam a gozar naquele preciso momento. Mas como dizia alguém: We always have Sistelo! – e eles hão-de lá voltar!!!
De energias repostas iniciamos a descida em direcção à Senhora da Cabeça, sempre por estradão perigoso e íngreme com os travões a queimar.
No primeiro cruzamento animamo-nos com o trilho a seguir, mais ao nosso estilo, técnico qb, e buracos para nos desviarmos quando possível, claro está.
Foi aí que, num encontro fortuito, nos cruzamos com um exemplar da espécie Rhinechis scalaris ou cobra-de-escada, ao qual o repórter fotográfico não chegou a tempo de registar para a posteridade ficando apenas uma “chapa” do buraco por onde ela se enfiou.
Quem quer espreitar pelo buraquinho?
“Pele de cobra, isso é que serviria bem para forrar as minhas Sanjo” – terá exclamado o Viana.
Entretanto chegamos a uma encruzilhada e claro está, o Zé Duarte queria seguir pelo caminho que subia e nos levaria a um sitio que ninguém sabia quando apareceria e se alguma vez apareceria. O Serafim ainda puxou pelo anestesiante para refrear os instintos exploratórios do rapaz, mas em reunião de emergência concluímos que era demasiado lastro para prosseguirmos a viagem com o dito inanimado. 
"Eu estou a vê-lo! Juro que vi o Milhafre"
 A solução foi metermos todos a caminho de Afife onde apanharíamos a estrada nacional até Viana do Castelo: O Zé foi a lançar termos indecorosos no final de fila mas lá veio com o pelotão.
Chegados a Afife, ainda pensamos ir jogar uns euros no Casino Afifense, e quem sabe sermos presenteados com algum tipo de prémio anti-crise mas os bolsos das lycras iam vazios, por isso decidimos antes ir tirar umas fotos num local bucólico que no tempo de Verão serve de postal para publicitar uma magnífica praia fluvial.
A gloria ou a desgraça ao nosso alcance
 E foi aqui, que após duas corridas do fotógrafo entre o automático da máquina e o lugar no grupo para aparecer, surgiu uma ciclista de seu nome Joana e que amavelmente se ofereceu (após termos gritado feitos doidos a tentar explicar o que queríamos) para nos tirar uma bela de uma foto de grupo.
Joana sorridente pronta a disparar uma flashada sobre os TapafurQs
O grupo em poses...digamos...vá...tristes!
 A própria Joana se juntou ao grupo, já que solicitamos (quase obrigamos) a um transeunte que nos retratasse em tão belo local com tão simpática companhia. O difícil foi decidir onde colocar a jovem ciclista, já que nesse tema do empurra e fica aqui não fica ali, quase nos submetíamos a um banho prematuro.
De reparar que com a presença da Joana o Viana esqueceu o Milhafre...por enquanto!

Depois das despedidas à Joana (e acho que havia lá mais alguém…não me lembro!), prosseguimos o caminho numa via paralela ao caminho-de-ferro e que nos permitiu fazer mais uns Kms em terra batida.
Em Afife "Afinfa-se" mais uma foto de grupo

E foi aqui que, de repente, o Viana anuncia que o Milhafre fez das suas: o seu pneu traseiro estava furado.
“Mas ele tem gel, não devia furar” – Exclamou o exclamado ciclista, por assim dizer!
"Eu se te apanho raça de Milhafre"
"Olha o gajo a rir-se!" exclamou o Ang3lo
 Com o especialista Isá a arregaçar as mangas curtas da sua camisola, rapidamente se voltou a máquina do Viana de pernas para o ar e se tratou de reparar o furo.
Quem não se calava era o Zé Duarte que queria a toda a força participar na reparação, argumentando que não transformaria a câmara-de-ar numa jibóia até porque já nos tínhamos cruzado com outro réptil e que não haveria perigo.
Quem não teve coragem para assistir ao acto (ou ato!) foram o Serafim o Paulino e o Vitor, que com a desculpa de terem necessidade de regressar mais cedo a casa se foram embora, depois de se despedirem  da malta e de desejarem aos restantes entre dentes “boa sorte” e “direi uma oração por ti”.
E eis que, meses após ter sujado as mãos numa reparação no meio do monte pela ultima vez, o companheiro Zé deu à bomba.

O grupo resistente (falta o Isá) e a actuação do Zé Duarte
A coisa estava difícil e o raio do Milhafre que nos persegue deveria estar a rir como um louco, mas o Isá e o Zé Costa não brincam em serviço e concluíram que afinal não havia furo, apenas uma válvula mal apertada e o respectivo esvaziamento do pneu.
Numa estação de serviço encheríamos o pneu convenientemente. E assim foi.
Os últimos quilómetros foram feitos ao estilo Tour de France mas mais com um estilo Tour do Minho.
Rolávamos a X+Y Km/h
 Referencia apenas para a decisão tomada pelo grupo remanescente (Isá, Zé Costa, Zé Duarte, Viana e Ang3lo) de percorrermos as ruas de Viana sempre muito atentos aos peões.
Atentos aos peões...pois, segurança acima de tudo!

No final foram 58 km percorridos, X de metros de acumulado, Y de média de velocidade e com Z tempo gasto – O GPS foi também a banhos e estas são as estatísticas possíveis:
BEM BOM! – dizemos nós.
Fiquem bem.
Abraços e boas férias

Ps : Recebemos esta foto de dois dos nossos colegas em férias dizendo que se estão a divertir muito.
Ide mas é pedalar nas gaivotas!

Mais fotos Aqui

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Subida à Senhora do Minho - A crónica domingueira

Domingo passado cumpriu-se o desígnio da subida à Senhora do Minho, por parte do tapa furQs BTT Clube.

Era um passeio há muito aguardado, a subida à Serra d'Arga, concelho de Caminha, a mais de 700 m de altitude, com início em S. Lourenço da Montaria.

Compareceram os tapa furQs (à excepção do Agostinho, Miguel e Pedro) e ainda os convidados Filipe Araujo, Nuno, Vasco e Victor, já conhecidos de voltas anteriores.
Logo ali se arrumou a questão da ingestão da cafeína, num café local, ainda que a qualidade do café se apresentasse muito aquém do esforço que nos esperava.
O café era muito fraquinho; deu no entanto para reparar que os gelados eram
da marca Globo, passe a publicidade.
À partida, rumo ao infinito e mais além!
Logo os tapa furQs e companhia atacaram a subida íngreme, ajudados pela temperatura pouco elevada e pela belíssima paisagem que se ia desvendando à medida que se subia a serra.


Alguns subiram num ritmo mais brando, claramente para melhor apreciar a paisagem!

Um último esforço e a montanha era vencida.
Altura para a foto de grupo da praxe; repare-se como alguns tinham entretanto
vestido os corta-ventos, pois a temperatura e o vento assim convidavam.
Tão contente estava o Ang3lo com a façanha que, talvez por efeito da menor concentração de oxigénio propria das grandes altitudes, resolveu logo ali abraçar um novo desporto radical, o Parapente:
Ang3lo, ensaiando o salto para o infinito...
Tempo para mais umas fotos, e ala que se faz tarde.




Altura de percorrer o planalto da Serra D'Arga, para depois iniciar a descida.


O sol começava a romper o nevoeiro, e o Zé Costa pensava para si mesmo que deveria ter trazido os óculos!
Palavras para quê? Paisagem magnífica!
Até aqui tudo bem (tirando o café que não prestou, até nos admiramos por o Ang3lo não ter reclamado) mas estva na hora do primeiro dos furos do dia!
Já todos estarão a pensar, ok, o Filipe tinha de furar novamente, mas não, desta vez resolveu delegar tal tarefa no Zé Duarte.
De imediato o nosso maior especialista na matéria, o Isá, pôs mãos à obra...
...enquanto alguém distraía o Zé Duarte para evitar que ele tentasse ajudar,
e assim perder mais tempo! - Zé, olha o milhafre!!
 De qualquer modo a culpa nem tinha sido dele, mas de um porco-espinho que se atravessou no caminho, e que só o Ang3lo viu.
Foi necessário o Serafim emprestar o seu alicate de extracção dos molares, para retirar todos os espinhos do pneu!
Da imagem não se percebe, mas foram extraídos mais de 20 espinhos.
O próprio Isá tinha sido vítima do porco-espinho e arrancava mais espinhos
das solas dos seus sapatos, que obviamente não são da marca Sanjo.
Problema resolvido, de volta "à volta" e seguimos o percurso traçado pelo Filipe e pelos Zés, os anfitriões.
Mais uma foto de grupo por volta do Km 18.
Tempo de descer novamente, enquanto o Filipe proferia algumas palavras de incentivo para vencer a última subida que ainda nos aguardava, das quais retivémos uma, que nos chamou particular atenção: CHAMPARRIÃO!


Note-se a alegria e aparente ausência de cansaço, apesar dos já cerca de 30 Km percorridos;
um líder é assim, sabe incentivar as tropas!
 Passagem ainda pela capela de S. Lourenço, que antecedia uma subida não muito longa mas bem íngreme...
Capela de S. Lourenço
Onde alguns parecia que vinham a corta mato!
Pois bem, mas o Zé Duarte entendeu que como só tinha furado à frente, estava na altura
de furar o pneu traseiro também. Isto de andar com o Filipe.... é o que dá as más influências.
Felizmente o sítio era bonito, e com a ajuda do Isá, num ápice estavamos de novo a caminho....
...para a última paragem: o café Caçana.
A partir daqui, e dada a natureza das imagens, aconselhamos aos mais influenciáveis que não prossigam com a leitura da crónica.
Aconselha-se também supervisão parental no caso dos menores.
Tudo a aprontar-se para a derradeira etapa...
... e eis o afamado CHAMPARRIÃO! A partida foi dada...
...no início o Alone ainda começou a distribuir jogo...
...mas logo se passou ao ATAQUE!

Após termos "provado" podemos afirmar que o prometido champarrião estava à altura da sua fama.
Por esse facto atribuimos ao Café Caçana a pedaleira de ouro, e que doravante figurará no nosso "Guia tapa furQs" como Altamente Recomendado.

Um brinde ao tapa furQs e aos amigos que nos acompanharam!!
Como diria um amigo nosso: GOSTASTEIS?? :)
Domingo as aventuras continuam...
Abraços tapa furísticos,
Alone Ranger.