sábado, 5 de novembro de 2011

Rio Frio ou Up Up and away!

Quarta feira 26 de Outubro 4:30 da manhã
O computador assinala a chegada de mais uma mensagem no correio privado do agente SG.
Com um clic a mensagem abre-se no monitor à frente.
Tudo ok mano, a anoréctica chegou, podemos partir para o plano PASSEIO.
Ass. Agente AG.”
O agente SG esboçou um sorriso e teclou rapidamente a resposta numa mensagem encriptada: “Percebido, plano PASSEIO em execução.”
Numa nova janela é enviada uma mensagem para um grupo de destinatários intitulada: Meus amigos, já desenhei o passeio para Domingo.

Domingo, 30 de Outubro de 2011
AAAAAAH Domingo! Dia de reunião Tapafurense, ou Tapafureira, como preferirem, e é sempre com alegria que arejamos as lycras e pomos as bicicletas no exterior.
O encontro estava marcado para as 7:30 em Arcos de Valdevez com a novidade de estrearmos uma nova sede temporária (dura o tempo do café matinal), a saber a pastelaria Doce Lima 2 na saída de AVV para Paredes de Coura.
Reunião dos ciclistas
Sérgio Moreira estreia-se com os TapafurQs
Para a volta Domingueira do passado dia 30 de Outubro estiveram presentes os TapafurQs Ângelo, Isá, Valente, Viana, Agostinho, Paulino e Serafim. Veio também um amigo que finalmente se junta a nós o Sérgio Moreira (ele até é um excelente mecânico de bicicletas e dá muito jeito ter sempre um por perto!) mais os manos Nuno e Rui Barreto e os cunhados Filipe Soares e Nuno Gomes.

Steven descontraído e Nuno a prever que a coisa não iria ser fácil!
Uma presença que muito nos agradou pois há algum tempo se desviava por outras voltas foi a do Steven, que brilhantemente conseguiu um 2º lugar no campeonato regional da modalidade, ao jovem amigo os nossos sinceros parabéns pelo brilhante desempenho e bem-vindo de novo ao convívio dos  Tapafuros.
Destacamos ainda para a presença do António Galvão, que entusiasmado com a possibilidade de ter uma bela companhia (nós mesmos) para as manhãs de Domingo enquanto pratica BTT, se reequipou com uma bela duma carbónica, de peso ultra ligeiro, e fazia recear os membros mais constipados em espirrar perto da bicicleta já que era real  o perigo de ela ir parar ao outro lado da estrada com a força do espirro.
 
É carbónica, pesa -2 Kg, mas é linda, Parabéns António que a gozes bem!
Pensamos mesmo que existem balões de hélio que pesam bem mais do que a nova aquisição do António.
Os anfitriões Paulino e Serafim abririam a caravana, que serpenteando monte acima depressa se colocou perto do monte do castelo.
Desviados da rota que nos levaria à capela, enveredamos então por caminhos que só poderiam ser feitos apeados.
Escusado será dizer que os carbónicos irmãos Serafim e António se riram a bom rir de toda a gente já que seguravam com uma mão as suas montadas como se de uma nata se tratasse.
Enquanto isso, outros havia que se arrastavam com autênticos sacos de cimento às costas enquanto tentavam progredir no terreno e espreitavam desconfiados para os caçadores que se espalhavam pelo monte em locais estratégicos.
Andar de bicicleta (ou a pé) só de capacete, se fores com um disfarce de coelho, nestes montes, levas com chumbo!
O Viana terá mesmo dito que se o seu nome fosse a Coelho iria para trás…
Já nesta fase estava confirmada a clara subida de forma do Valente que, qual Zundapp Z3, trepava monte acima sem necessitar de embraiar duas ou três vezes para aguentar as rotações.
Valente a andar a umas boas centenas de metros à hora!
Também o Filipe Soares e o Nuno Gomes demonstravam estar a subir de forma o que augura ritmos mais elevados para o grupo.
Curiosamente, os suspensórios emprestados, Agostinho e Paulino demonstravam alguma insegurança, não sabemos por estarem com receio de estragar material alheio, se por estarem apenas naquela altura do mês.
Paulino e Agostinho: a meio gás!
Os big wheel Rui Barreto e Sérgio Moreira (com duas specialized roda 29 iguais) iam tranquilamente ultrapassando obstáculos, olhando de quando em vez, para baixo não fosse estar algum dos outros colegas esmagado entre os raios, e provocar assim mais arrasto.
Simultaneamente, numa conversa informal efectuada em andamento, que transcrevemos, perguntei ao Nuno Barreto porque motivo ia sempre a olhar para o relógio:
AngeloArrrf arrrf (onomatopeia para a falta de ar) Nuno? Arrf arrrf COF (tosse) Porque olhas sempre para o arrrrf relógio? Tens pressa? COF!
NunoTenho encontro com as minhas primas espanholas Alaír!
AngeloCof ALAÍR? Arrrf arrrf Que nome estranho, devem ser Andaluzes! COF!

Não foram necessários muitos quilómetros para o primeiro encontro e, para espanto meu, ali estava ela, a prima espanhola do Nuno, a espantosa Alaír ás URTIGAS!!! – Só não percebemos porque se sentou em cima dela, mas deve ser coisa de Espanhóis sei lá eu!

Nuno e a sua prima Alaír URTIGA - Levanta-te rapaz!
Despedidas feitas lá seguiu a longa caravana para as primeiras descidas do dia.
Pelos montes e vales ecoou o grito de guerra do Isá e que significa normalmente momentos de algum pânico para o desgraçado do ciclista que segue à sua frente: BAAANNNNZAAAAAAI!
A grande velocidade lá seguiu o entusiasmado elemento trilho abaixo. Por pouco que o grito não era alterado para um KAMIIIIIIKAZZEEEE! Mas o animado ciclista controlou bem a situação.
Pior foi a seguir, já que o Nuno decide fazer outra paragem para cumprimentar a outra prima espanhola, desta feita a Alaír ao CODEÇO.
Encontro de tal forma emotivo que o rapaz atira-se para o chão abraçando a dita Codeço e ZÁÁÁS! Trambolhão a merecer nota 6.7 na parte técnica e 9.8 na artística.
Satisfeito ficou o rapaz por a sua bicicleta cair em cima dele e evitar, dessa forma, arranhões no quadro ou na suspensão.
Metros mais abaixo, era tempo de cuidar do ferido.
Ângelo, munido da sua bata “INEM – Divisão das cicletas”, tratou das operações graças ao kit primeiro socorros que prudentemente o Rui Barreto lhe tinha pedido para transportar na mochila, logo ao inicio da volta.
Completamente equipado este elemento do "INEM - divisão das cicletas", prepara-se para actuar!
Com um garrote bem apertado no pescoço para não saísse sangue pela perna, o Nuno demonstrava dificuldade em respirar o que fazia desconfiar de uma situação mais grave. - falta de ar. Limpou-se a ferida (com água já que o Favaios tem álcool mas é caro!) e deu-se uma palmada nas costas ao queixoso e ala, vamos continuar que o homem cai mas não verga, luta mas não desiste, sofre mas não se queixa e para finalizar, já vais ter que ouvir quando chegares a casa (não é Vitor… e Paulino… e Angelo… e Isá…. e Zé Duarte? – Lembram-se  do rescaldo das vossas quedas? Hehehe!).

O elemento em momento Lua Vermelha

Verdadeiro curativo à TAPAFUROS! :)
Reparem que bem ficou o corte na camisola que até parece ser de manga curta!!!
De novo reagrupados seguimos por alcatrão até Rio Frio onde decorria a missa Dominical.
Ainda houve a tentação de entrarmos e de assistirmos à homilia, mas ficamo-nos pela mui tradicional foto de grupo na escadaria da Igreja.
Humm! Uma missinha não vos fazia mal nenhum!

Seguimos caminho por trilhos e estradões e eis que o Valente, que tinha passado a semana a receber dicas do Filipe Ramos sobre “como escolher as suas câmaras-de-ar com gel fixante forte e extra forte para um efeito realmente molhado”, fura pela enésima vez nas duas últimas voltas.
Não fosse o kit de primeiros socorros conter um Lexotan e o Valente sairia disparado atrás do milhafre para lhe calar o pio de vez.
Isá e Sérgio demonstram dominar a técnica da força e a força da técnica de mudar um pneu.
Com o nosso especialista Isá e o mecânico Sérgio a porem mãos à obra depressa se resolveu a questão e aqui mesmo foi feito o pic-nic do grupo.
Num momento raro, todos tiveram a oportunidade de assistir ao ensaio do lançamento de banana da NASA para a estratosfera inferior, conforme documenta a imagem:
No canto superior direito o pedaço de banana rumo às altas camadas da atmosfera.
Seguimos viagem até chegarmos a um cruzamento que indicava “Travassos”, e o Serafim (que muito bem esteve a multiplicar-se nas presenças nos desvios, juntamente com o Paulino, para que ninguém se perdesse) indicava que iríamos subir um bocadinho.
Vamos falar de conceitos relativos… ou não. Por exemplo: um bocadinho da distância de percurso da manete do travão serão uns quantos milímetros, um bocadinho dos caminhos a subir para o Serafim serão uns quantos quilómetros!!!! Portanto, um bocadinho a subir….adiante!
Já juntos a um cruzeiro, tempo para uma foto de grupo e dar algum descanso às pernas que já acusavam o acumulado efectuado.
Olha o passarinho! Epá então uns olham para aqui e outros não? Estão a olhar para onde?
Ahhh mais ou menos para aqui! Quê? Já tinha ido o Favaios todo, não?
Foi aqui que surpreendentemente se ouviu por entre o vento o termo agente SG, mas que raio? Olhei em volta mas todos sorriam descontraidamente… ou não!
Vamos subir mais um bocadinho – anuncia novamente o Serafim. O ausente João Pedro fez sentir a sua falta neste preciso momento: deveria ter lá estado para o seu característico O QUEEEEEEE? E talvez o Serafim desistisse… mas o rapaz não estava lá (malditas empresas de distribuição de bolachas e mais os seus atrasos) e assim subimos…outra vez!
O último troço foi mesmo feito apeados, já que nos assiste dar uma de pedestres de vez em quando.
Mais trilhos e caminhos fantásticos e desta vez a descer finalmente!
Não tardou a que o Milhafre, esse vil personagem que nos atazana a vida e que já nesta volta tinha agarrado o Nuno, voltou a fazer das suas: O Viana olhou para o lado e o dito cujo manda-o ao chão. Foi coisa pouca, tecnicamente fraquinho, com certa beleza artística e sem grandes consequências.
Momento Lua Vermelha para o Viana. Sempre combina com as meias, se fosse de sangue azul estragava tudo!
Sequiosos e com a necessidade de mais um momento INEM, paramos junto do tanque da Dona Rosa que de nabo na mão simpaticamente nos ofereceu agua fresquinha do seu poço e até mesmo uma pinguinha - a qual gentilmente recusamos - se eles caem sóbrios imaginem com verde caseiro no sistema!
Bendita senhora que nos permitiu encher os cantis vazios e molhar os lábios secos, pois a subida tinha desidratado o grupo e não houvera possibilidade de reposição de líquidos.
Sra Dona Rosa e seu magnifico nabo, um beijinho para ela e bem haja pela generosidade!

Curativos feitos e sede saciada, seguimos para uma série de descidas e trilhos lindíssimos que merecem sem dúvida outra visita (e mais exclusiva).
Lugares espectaculares a revisitar, sem duvida.
Foi já no miradouro da Coutrina – S. Mamede na freguesia de Senharei que fizemos a ultima paragem digna desse nome, apreciar as vistas, tirar mais umas fotos e retemperar as pernas para o esforço final.
No miradouro mais uma foto do grupo...ou não. Uns ficaram mais abaixo!
Sempre em alcatrão lá regressamos a Arcos de Valdevez sem direito a debriefing mas com a satisfação de uma bela e dura volta bem planeada e executada pelo Serafim e pelo Paulino, a eles os parabéns!
Sprint final para os que ainda tinham pernas e toca a despedir do pessoal, para o próximo Domingo há mais, e mais cedo ou mais tarde terão noticias da nova volta.
Mais fotos AQUI
Fiquem bem.

Abraços Tapafurísticos.
Ang3lo


Quarta feira 02 de Novembro 4:30 da manhã
O computador assinala a chegada de mais uma mensagem no correio privado do agente SG.
Com um clic a mensagem abre-se no monitor à frente.
Tudo ok mano, plano PASSEIO correu na perfeição.
Ass. Agente AG.”
O agente SG esboçou um sorriso e teclou rapidamente a resposta numa mensagem encriptada: “Nem desconfiaram.”
O Computador é desligado e uma pasta com o carimbo TOP SECRET é fechada. Na capa pode ler-se plano P.A.S.S.E.I.O. – Percurso pra's Anorécticas com Subidas Sensacionais onde Eles Irão Ofegar.
O agente SG ri-se malvadamente e a luz apaga-se…

2 comentários:

  1. Face a esta cronica (diga-se sem sombra de duvida espectacular)está provado que este grupo tem futuro.... só não sei é se é a praticar BTT...

    Abraço

    O Remendado

    ResponderEliminar
  2. Sem duvida muito divertimento, tenho seguido a vossa novela atentamente....

    ResponderEliminar