sábado, 27 de agosto de 2011

Siga a rusga... até ao Gião!

Aaaaaaaah! 6ª feira, aquele dia maravilhoso para quem trabalha de 2ª a … 6ª precisamente. Mas para quem, como eu, está de férias (hihihi!) e a restabelecer fusos horários depois de uma intensa e maravilhosa romaria de S. Bartolomeu em Ponte da Barca, é mais um dia de confusão “calendária”. Na cabeça ecoam harmónicas de “…e viva a rusga e viva a rusga…” compassadas pelos bombos e concertinas, todos trajados a rigor.
Para me desfazer desse estado de troca de neurónios decidi lavar a bicicleta. A pobre estava num estado lastimável: Pó, lama ressequida, algas (!) secas nos aros e um pneu furado!
Suspirei, pedi desculpa à minha montada e meti mãos à obra. 

Comecei pela limpeza do volante e respectivas “manetes” e VUUUUUUSSHHHH! 1ª Flash 

O inicio:
Aaaah cafeína, faz milagres logo pela manhã!
O joelho doí muito mas a coisa só agora está a começar!

Eram 7:35 da manha de Domingo, 21 de Agosto e os TapafurQs já se instalavam confortavelmente numa esplanada da pastelaria Dida em Arcos de Valdevez e onde seria servida uma fantástica beberagem repleta de cafeína. Bendizendo os descobridores pela magnífica ideia de trazer o café do Novo Mundo, subimos para as montadas ansiosas por conquistarem o monte do Gião na freguesia do Vale com os seus muito respeitáveis 810 metros de altitude.
Isto de já não andar há algum tempo de bicicleta aliado à provecta idade do “Je”, marcou o inicio da volta, e que o diga o meu joelho esquerdo que, qual articulação do ausente Zé Duarte, queixou-se a viagem toda, tal foi a pancada que levou quando tomado pelo desespero de ter o pé preso ao pedal e em risco de tombar para o lado ao estilo sequóia abatida, dei um puxão mais forte e a pobre articulação embateu violentamente no volante. Dorido mas não vencido!

O volante estava limpo e agora era tempo de me dedicar ao selim que apresentava sinais de ter ido parar a uma guerra qualquer e VUUUUUUSSHHHH! 2º Flash

A subida
A estes só os vimos à saída!




Animados, lembramos o Alone homenageando-o com um ritmo igual ao dele.


Até ao Mezio em Cabana Maior, porta do parque Nacional Peneda-Gerês, seguiríamos pela estrada que segue até ao Soajo. Com uma inclinação pouco acentuada e constante, aquela que parecia uma etapa dos Pirineus no Tour, serviu para quebrar o pelotão em dois grupos: os gajos lá da frente e nós (Filipe Araujo, Filipe Ramos, Viana, Isá e Ang3lo) que de férias ou pouco activos, seguíamos a um ritmo “Aloneano” em memória ao Valente. Dos primeiros não há fotos pois o fotografo ía nos segundos, o que é muito bem feito para eles. Não falarei da espuma que se babou nem das respirações descontroladas, pois são partes algo nojentas e que não vale a pena referenciar. Digamos que o passeio foi agradável (/”@£§”# de subida!).O denominador comum ao grupo de ciclistas (os que iam à frente não são humanos) foi mesmo a reacção adversa que os fundos das costas estavam a ter com os selins, mas lá chegamos, onde nos aguardavam os outros.

Com o selim a brilhar, estava na hora de apurar a técnica de lavagem pois virei atenções para uma roda e VUUUUUUSSHHHH! 3º Flash

O milhafre
De braços cruzados, os molengões aguardavam os ciclistas




A vitima do milhafre e o Isá a preparar-se para intervir


Chegados ao Mezio esperava-nos um grupo de mandriões (conjunto de tipos de lycras encostados ás bicicletas, a saber: Agostinho, Paulino, Serafim, Zé Costa, Steven e o Vitor que ficaria por ali mesmo). Tudo preparado para finalmente irmos para trilhos terrosos, quando o Filipe (quem mais?) anuncia: tenho um furo! Toca a reunir e logo o Isá dirige a operação de substituição da câmara-de-ar. A rir-se como um doido, o milhafre fez das suas e prometia mais, como veremos adiante. Quanto ao Filipe, foram tantas as palavras indecorosas proferidas no meio da natureza que, soubemos depois, um mocho caiu de uma árvore com um ataque de nervos mas que já teve alta entretanto. Com o problema resolvido e com o grupo reunido, seguimos estradão fora rumo ao posto de vigia do Gião circulando roda com roda.

Uma roda já estava limpa e depois de repassar a esponja no cubo para tirar a lama do seu interior e ter dado cabo dos dedos nos aros, comecei a limpar o quadro e VUUUUUUSSHHHH! 4º Flash

Bebida energética: Favaios ou Sumol?
Mais um cume conquistado




Foto de grupo com o colega da Sumol


Com um ritmo mais lento e que permitia manter um pelotão esticado, somos surpreendidos quase ao chegar ao cume por um ciclista envergando um equipamento da Sumol, que mais parecia movido a motor de explosão sugando 98 octanas. O colega de Guimarães, desconhecedor da região e dos trilhos daquela serra destacou-se desde logo pelo ritmo, não sabemos a fugir de quê, mas principalmente pela ausência de capacete. –Ó colega! BTT é em segurança acima de tudo e o casco a proteger os neurónios é essencial!
Seja como for, depois da foto de grupo desfrutando da magnífica paisagem, os tapafurQs e o ciclista da Sumol (entretanto convidado a descer connosco já que o GPS diria para onde irmos) iniciamos a descida rumo à freguesia do Vale. A toda a velocidade, como sempre, seguiu o Vimaranense da Sumol com a sua bicicleta de quadro verde, um verde...sumol!

O quadro estava limpo e era altura para apreciar o trabalho realizado até então, dei dois passos atrás e pimba!, deitei o balde ao chão e VUUUUUUSSHHHH! 5º Flash

A descida das quedas ou a queda para as descidas
E o chão ali tão perto!




Um gingamoichinhos partido ao meio!!!


Sempre animados pelas diversas onomatopeias vocalizadas pelo ciclista da Sumol, iniciamos a descida por trilhos nem sempre evidentes e de inclinação duvidosa.
 A dificuldade nem era muita, mas os Deuses do ciclismo tinham-se deitado tarde na noite anterior e a coisa ficou problemática. Para não alongar os relatos resumimos:
Isá – 4 quedas (todas sem gravidade e de chacha, quase sempre parado ou a passo de caracol mas que dá para a cambalhota)
Agostinho – 1 quase queda (valeu o Serafim que bem mais suave que uma giesta deitou a mão ao rapaz)
Zé Costa – 1 queda (embora sem consequências físicas serviu para cortar a meio uma das extensões do volante ficando o rapaz sem onde se agarrar)
Filipe Araújo – 1 queda (relatada mais à frente)
Ciclista da Sumol – 1 abalroamento (a grande velocidade não anteviu uma descida mais pedregosa e literalmente abalroou o Ang3lo que serviu de raile e ficou com um rodado 26 marcado nos braço esquerdo ao estilo molde dos CSI.

Depois da queda do balde, fui enche-lo novamente e prossegui com a limpeza da bicicleta. Era a altura ideal para me virar para a outra roda e VUUUUUUSSHHHH! 6º Flash

O milhafre anda hiperactivo
Não admira que fure, o gajo tinha uma pinha dentro da câmara de ar!




O Serafim queria usar o alicate mas não sabemos bem em quê ou para quê!


Depois de nos despedirmos do colega da Sumol em paredes do Vale, continuamos a descer rumo a Arcos de Valdevez.
Que os trilhos eram lindos, lá isso eram. Mas que eram muito poeirentos, lá isso também eram.
Com um ar de mineiros chilenos de lycras, seguíamos felizes e contentes colinas abaixo (e por vezes acima) quando o Zé Costa anuncia: tenho um furo!
Claro está que olhamos para ver se o Filipe tinha mudado de voz mas era mesmo o Zé. Com a equipa de assistência do costume rapidamente se pôs o ciclista do volante descompensado (um dos gingamoichinhos partido lembram-se?) a rolar.
Não sabemos se por inveja ou por mau feitio não demorou muito a que o Filipe anunciasse:  Tenho um furo!
Pensamos que ele por esta altura já terá uma gravação pois não vale a pena continuar a ser ele a dizer a frase, e em espanhol até ficava giro: tengo un pincho!
O Isá bem que atirou com o comando do meo ao estupor do milhafre mas estava sem pilhas…
Nada a fazer, toca a mudar o pneu. Pelo menos foi na outra roda que ainda não tinha furado.

A roda estava limpa e a bicicleta estava agora com o orgulho recuperado, livre de lama e pó e de toda aquela sujidade e VUUUUUUSSHHHH! 7º Flash

A sujidade da queda
Depois de pó aos rodos a agua fresquinha soube taaaaaaaão bem!




Momento Lua Vermelha - reparar no tom pálido com que o moço ficou!


Os últimos quilómetros foram percorridos sob uma nuvem de pó já que no meio de montes devastados pelos incêndios e sem arvoredo alto, os caminhos ficam expostos à chuva e vento acumulando poeiras e areias. E foi precisamente de um desses troços em areia que resultou no nosso momento Lua Vermelha do passeio: O Filipe Araújo terá ficado com a roda da frente presa na areia e Catrapuz!, toca a sujar o novo equipamento da Scott e arranjar uns belos duns arranhões numa perna.
Foi eleita a queda do dia (e houve muitas) pelo que o nosso convidado merece destaque nesta crónica: rápida recuperação companheiro!

Recuperado o brilho da bicicleta, admirei-a por um bocado e pensei: demorou a pôr-te pronta mas Domingo há mais festa e VUUUUUUSSHHHH! 8º Flash 

Siga a rusga

As ruas de Ponte da Barca fervilhavam com a animação que só uma noite de rusgas  no S. Bartolomeu pode causar. As concertinas e os bombos enchem o ar e toda a gente parece ter esquecido por um momento os problemas da vida e eu não sei se estou de lycras na rusga ou de franjeiro na bicileta

Preciso de descançar!

Mais fotos AQUI
 
Abraços taparuristicos
Ang3lo

Sem comentários:

Enviar um comentário