terça-feira, 4 de outubro de 2011

Vacariça – Pedalar é o melhor desporto…ou não!

O dia desponta com um preguiçoso raio de sol enquanto os pássaros num longo bocejo afinam gargantas para colocar a suave e melodiosa banda sonora na manhã. A tranquilidade matinal desperta em nós uma tranquilizante sensação de que tudo está bem e que a vida até pode ser bela.
Olhó Sól a aparecer por detrás do raile!

Depois deste intróito idílico vamos à realidade: 
O %$&#” do despertador começou aos gritos ainda a passarada estava a chónar. Remelentos e desorientados, os elementos disponíveis para mais uma volta domingueira tentaram enfiar os membros pelas lycras adentro sem caírem desamparados ou ficarem a personificar uma qualquer ilustração de Picasso.
A coisa não estava para grandes voltas e nada tinha sido combinado com um dos elaborados planos que nos caracteriza, e que normalmente incluem trilhos marcados em GPS, maquetas e gráficos em Power Point.
Para esta volta, aliás, nem sabíamos quem iria aparecer já que os pedidos de dispensa tinham enchido a secretaria dos serviços administrativos do grupo.
Tudo o que se sabia era que a saída estava marcada para as 7:45 em Ponte de Lima.
10 minutos depois da hora combinada chegavam os últimos resistentes do pedal ao local de encontro – tudo com cara de poucos amigos.
Ponte de Lima estava tranquila e pelos vistos a “mulher gorda a mim não me convém…” já por lá não andava (alusão á banda sonora de um qualquer dia de feiras Novas).
O café matinal é uma coisa que nos assiste.

Tomada a cafeína do costume lá decidimos embalar as viaturas de tracção animal em direcção a qualquer lado. Para onde vamos? Que dizeis por aqui? Ou se calhar por acolá? Assim ficou decidido o passeio.
Não vale a pena falar em quem faltou pois são mais que as mães, por isso referimo-nos a quem assinou o livro de ponto: O Agostinho e o Viana (co-responsáveis pelo traçado), o Filipe Araújo (que mais tarde foi responsável por contribuir para a nossa má imagem junto do publico em geral – assim o veremos adiante!) o Ang3lo, o Vitor e os nossos amigos de Ponte da Barca, os irmãos Nuno e Rui Barreto.
Inicialmente percorremos a ecovia que liga (ligará já que não está completa) Ponte de Lima a Arcos de Valdevez pela margem norte do rio Lima.
Aqui se deu o primeiro, e porventura o mais relevante, momento do dia. Tranquilamente pedalávamos pelo dito trilho e eis quando, para nossa surpresa e até mais para quem lá estava, nos deparamos com um veículo cujos ocupantes se dedicavam afincadamente a outra actividade desportiva conhecida no meio por O AMOR.
Aaaaahh o amor ao nascer do Sól junto ao rio... é definitivamente uma coisa que nos assiste!

Embaraços à parte, atrapalhações e sei lá o que mais, aqui se levantaram importantes e serias questões à volta da temática:
- 8:30 da manhã de um Domingo para praticar o amor é pegar ao serviço cedo demais, não?
- Locais onde podem a qualquer momento surgir indivíduos de lycras e interromper tão bela e nobre actividade não são, de todo, aconselháveis.
Mas mais importante do que tudo: - QUE RAIO fazemos nós tão cedo aos Domingos de manhã, de lycras vestidos, a trepar montes e a comer pó e lama, quando há coisas BEM MAIS IMPORTANTES E BELAS para se fazerem?
… Silenciosamente tentamos digerir esta questão enquanto dávamos inicio á loooooooonga subida que se seguiu.
Não foi agradável a sensação de empata f…. Eeehh…digamos…. Interrompe coitos, que nos pesava nos hydrobags. A eles … bem hajam pela prática de desportos como devem ser … ciclismo? Isso não presta para nada!!!! :)
Adiante!
Ultrapassada a questão e passados uns quilómetros, o Viana e o Agostinho, dotados de inspiração acrescida (sei lá eu porquê!), decidiram castigar-nos com uma subida que ia até ás portas do Céu – assim pareceu.
Sempre divertidos, o Rui e o Nuno tagarelavam entrando no espírito Tapafuros da coisa, conseguindo médias altas de 37 disparates por km percorrido.
Pausa para arrefecer os radiadores e debitar mais uns disparates

A meio do trajecto, onde as águias fazem os ninhos, o Filipe anuncia que está sedento.e o Agostinho anuncia ter o tanque vazio. Essa situação fez com que toda a volta fosse realizada sob a égide da hidratação constante e permanente.
O Daniel e dois sequiosos
 Valeu-nos no local o Daniel, rapaz de simpatia abundante e que prontamente nos encheu os cantis já vazios.
Apesar de cedo, o calor deste início de Outono atípico fazia com que consumíssemos agua ao mesmo ritmo que os carros americanos sugam galões de combustível. (Yeeah!)
Finalmente o cume, um local ermo, com vista privilegiada sob todo o vale do Lima na fronteira entre os concelhos de Ponte de Lima e Arcos de Valdevez.
Hora da banana da Nasa, barras energéticas e frutas diversas e, acima de tudo, de descanso e um pouco de convívio.
A caminho do cume!

A pensar numa forma de convívio diferente, o Vitor preparou-nos uma surpresa, o desgraçado tinha trazido Favaios desde lá de baixo até ao cume camuflado numa garrafa de agua.
Certo é que, quando o homem tirou a garrafa da mochila, pelo aspecto parecia petróleo e até pensamos ter ouvido o Filipe dizer: "Quereis ver que ainda vão querer que eu corte mato? E a roçadora, é o Agostinho que a tem disfarçada no quadro?"
Uma garrafa com petróleo? Muito melhor FAVAIOS!!!

Nada disso, à falta do Valente, que por outros afazeres (agora que pensamos nisso ele disse que tinha outros afazeres ou que ia praticar outro desporto? – confuso!) não estava entre nós com o seu mui especial vasilhame de Favaios, o Vitor presenteia-nos com o dito líquido e um pacote de batatas fritas, já que um snack cai sempre bem. Bem-hajas Vitor, salvaste o dia, e não ligues aos invejosos que não foram mas que queriam ter ido, não estavam – azar o deles!
O Vitor explica como camuflar Favaios numa garrafa de agua.

O Nuno e o Rui a esta hora estavam deveras impressionados com a nossa capacidade de logística e só perguntavam quando vinha o leitão…calma que já lá chegaremos!

Um brinde a todos!

Mais recompostos, o pequeno grupo de heróicos e bravos ciclistas (esta expressão é só para provocar a pirraça nos faltosos!) fez-se à descida.
Acho que ainda não nos livramos do fantasma da queda do Paulino (que está quase bom por sinal!) e por isso fizemos a descida "com tranquilidade".
Tempo houve para ajudar um outro ciclista solitário e que se via a braços com um furo.  
Não precisas de nada? Está tudo controlado? - dissemos nós.
Tudo na boa! – disse ele!
E seguimos caminho.
500 metros à frente paramos numa encruzilhada a decidir por onde iríamos já que a intenção geral era chegar cedo a Ponte de Lima, eis que chega o solitário ciclista a toda a velocidade … e com o pneu furado outra vez!
Do chorrilho de vernáculo vocabulário proferido, extraímos a importância da escolha do pneu em não ser “acaçado” - fundamental.
Câmara de ar emprestada e avaria resolvida lá seguiu o companheiro das lycras para outro lado.
Mais descida veio a seguir e um anuncio por parte do Filipe: - “Fazemos um pequeno desvio e vamos ali à minha casa  pois estamos desidratados”.
Perante a nossa insistência… em ir, lá fomos. O resultado é o que se vê:

Chim Chim Filipe, muitos parabéns!


Muitos parabéns Filipe (aniversariante na semana anterior) e que contes muitos e que estejamos juntos para os contar também. Grande abraço companheiro!
Nenhum relato há a fazer da viagem até Ponte de Lima onde decidimos realizar o debriefing (a tal reunião onde só se dizem asneiradas e se hidrata um pouco).

Acho que a esta hora o Telhadinhos já deveria ser patrocinador do grupo tal é a assiduidade destes elementos nas mesas daquela superfície comercial.
E aqui sim, houve leitão, em rissóis é certo, mas que bons estavam!
Nuno mostra o "trigo" e o Viana pensa "Isso! Distrai-te com a foto e vais ver o naco que lhe faltará"

Mais um Domingo, mais uma volta. Muitos companheiros faltaram mas os que foram divertiram-se.
Abraço aos amigos Nuno e Rui Barreto e obrigado pela companhia, é sempre um prazer andar convosco.
Os irmãos Barreto e aquele-cujo-nome-não-pode-ser-pronunciado
O aniversariante

A todos aquele abraço!

Saudações Tapafuristicas

Mais Fotos AQUI

1 comentário:

  1. Meu caro Ângelo, a crónica pode ser resumida a uma simples palavra, SUBLIME!

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