sábado, 18 de fevereiro de 2012

E assim se faz história...

A história de Jolda S.Paio remonta para além de 1258, isto porque já nesse ano nas listas das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, é citada como uma das igrejas do bispado de Tui. Era do padroado real.
Em 1320, no catálogo das mesmas igrejas, mandado organizar pelo rei D. Dinis, para o pagamento de taxa, S. Paio de Jolda foi taxada em 30 libras.Em 1546, no registo da avaliação dos benefícios eclesiásticos que compunham a comarca de Valença, Jolda (S. Paio) encontrava-se anexa a Jolda (Madalena). Em conjunto com esta rendia 60 mil réis.(1)


Em 2012, um grupo real de aventureiros das duas rodas decidiu, a partir de Jolda S.Paio, curvar as montanhas que dela se avistam. Aqui fica a história:

Pouco depois das sete da manhã os despertadores anunciam, em diversos pontos estratégicos das três vilas de pontes e arcos, dos vales do lima e do vez, a chegada de mais um domingo e de mais uma volta. Aqueles que acordam com o seu poderoso som, aventureiros de duas rodas, TapaFurQs de nome, têm uma missão, desafiar as montanhas, subir encostas, trilhar caminhos, e descer, para, no final, degustarem uns saborosos aperitivos. E assim foi.
Às 8:15, chegados das várias proveniências concentram-se junto à casa do Vítor. À chamada responderam o Agostinho, o Ângelo, o António, o Isá, o Valente, o Viana, o Serafim, o Filipe e o Nuno, e claro, os anfitriões, Vítor e JP.
Viana, Agostinho e Valente – Ousaram desafiar o frio e chegaram até ao ponto de encontro já com uns kms percorridos.
Após os preparativos para mais uma volta, sinal verde, e os TapaFurQs lançam-se com determinação à estrada percorrendo uma centena de metros até ao momento cafeína.

Tarde demais, a missa já tinha terminado…
Desta vez os TapaFurQs partilharam o café com a população da aldeia. Um domingo de manhã diferente. Eles andam de capacete mas não fazem mal a ninguém!

Após a merecida pausa, duplo sinal verde, e o pelotão voltou a formar-se para começar a trepar.
Pelos caminhos acima, lá foram... passaram pela casa do Reguengo e, um pouco mais à frente, apreciaram o Paço da Glória, este situado em Jolda Madalena.
Durante o percurso pequenos caminhos em terra, não muito duros mas bem agradáveis. Alguns deles compostos por idílicos tapetes de folhas.
Mas nem tudo foram folhas no chão. Guerreiros valentes, os TapaFurQs tiveram de construir pontes, atravessar rios, saltar montanhas, deslocar calhaus e remover obstáculos que a Natureza coloca no caminho destes.


O Isá mostra que também é Valente.
O Viana ultrapassando um eucaliptal!
Não sabem os leitores que a melhor foto, o pormenor, o instante, é captado pelos tapafotógrafos, por vezes recorrendo a posições de exímia perícia.
O António contorciona-se apontando a objectiva para o alvo a captar
Mas durante o caminho, os TapaFurQs abismam-se vendo outras espécies, estas de quatro rodas, a subir com o mesma à-vontade que eles mesmos. Estranharam mas lá continuaram...



Chegados ao cume, a parte com mais altitude da volta, momento para apreciar a paisagem. Como os registos fotográficos documentam… apreciem, apreciem o que se conseguia avistar…
Um dos pormenores captados bem lá do alto: a adega do Vítor.
Mas, numa breve rotação do pescoço, conseguir-se-ia ainda uma panorâmica sobre o vale do lima com todo o seu esplendor.
O vale e os dois calhaus.
Incansáveis os tapafotógrafos conseguiram nesta volta mais de três centenas e meia de fotografias. Um registo admirável que se perpétua no já vasto repositório e que os digníssimos leitores podem apreciar aqui.


Padrão dos Descobrimentos (Vacariça).
Ora no ponto mais alto da volta e com o ponteiro do relógio em alta rotação, decidiu quem de direito que já se fazia tarde para cumprir o inicialmente planeado. Ajustado o percurso, os TapafurQs pedalaram rumo ao ponto de partida para comprovar a visão tida do alto.
No lugar da Lapa, tempo para trilhar caminhos únicos. Ladeados por pequenos muros, erguidos com a engenharia da sabedoria dos homens, pedra sobre pedra, os caminhos permitem um deslizar de encantar.

O domínio do Filipe.

O "slalom" do Agostinho.

A bos disposição do Serafim. 
Na descida, o ataque do malvado milhafre que esvazia o pneu de forma audível. Desempanagem instantânea. Kit de reparação, agilidade e sabedoria do Isá permitem a reparação em breves instantes.
O único kit de reparação de furQs que faz uso das Marias bolachas!
Aproveita o grupo para mais umas fotos que ainda eram poucas.
O Vítor gozando o seu "Kit KTM  experiência a vida é bela".
Achais vós também? :)
O Valente e a sua xpto ktm (foto única).
De regresso ao local de partida, os TapaFurQs terminam mais uma volta, à volta da mesa. Da adega do Vítor para o mundo fica a foto.
A garrafa, a mesa, o barril, a garrafeira e os TapaFurQs.
Para o leitor mais distraído note-se a presença na foto de um TapaFurQs que não anda de bicicleta mas é fundamental na preparação das garrafas de favaios - o engarrafador!

E assim se escreveu mais uma página da história dos TapaFurQs.
Despeço-me com amizade e até a uma próxima crónica...

João Pedro,

Nota do autor: gostaria de manifestar publicamente que pertencer ao TapaFurQs é uma honra. Grandes ou pequenas, mais ou menos duras, as pedaladas são sempre de muita boa disposição. Por isso, aos TapaFurQs e candidatos a, o meu obrigado.

(1) fonte Freguesias de Portugal

4 comentários:

  1. Uma crónica muito bem elaborada, cheia de humor de fino recorte, e que eleva o seu autor à galeria dos ilustres cronistas tapafurQs.
    Parabéns amigo!

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  2. Achais vós também ... ?
    Tal como eu, uma crónica ao nível dos bolinhos de bacalhau e das demais iguarias.
    Excelente J.P.

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  3. Volta em Jolda Madalena grande ou pequena, vale sempre a pena!!!!!!!
    Por falar em pena!!!!!! não sei se foi com ela que escreveste a crónica mas que está muito porreira isso está.
    Mudando um bocado de assunto, pena tem os que faltaram a esta volta porque não provaram as iguarias da esposa do Vitor e o bolinho da mãe do JP.

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