Domingo
3-3-2013
Toca
o despertador – Espreguiça-se, e pensa-se: ”Porque é que não me dediquei à
sueca?”
Entre
lutas com as primeiras águas do dia na tentativa de um despertar mais eficaz e
a dança com as lycras, toma-se um pequeno-almoço a pensar no esforço que nos
espera.
As
bagagens estão prontas e preparadas de véspera e agora é rumar ao local
combinado para a partida em conjunto com os colegas.
Hoje
é dia da IV Rota do Fumeiro: objectivo VIEIRA DO MINHO!
Nestas
coisas do ciclismo a preparação mental é muito importante e por isso não
devemos perturbar os neurónios com ideias estranhas como levantar cedo, vai daí
veste-se o robe para dar ao cérebro a sensação de que fomos apenas à casa de
banho!!!
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| Vestidos assim parece mesmo: "xixi cama" | 
Depois
de um desfile de novos modelos da linha: ”Frio mas cheio de estilo” dos texteis
Tapafuros!! (chique não?)
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| Temos de estar sempre prontos para a luta... | 
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| ... e enfrentar o frio com todas as armas... | 
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| .. novos modelos de "passa montanhas" protegem o ciclista das baixas temperaturas... | 
fizemos
a chamada aos ciclistas que iriam a Vieira:
Valente
– Presente (não falha uma volta, está sempre presente!)
Nuno
– Pretérito mais que perfeito (Em grande forma “correu” para a frente)
Agostinho
– Futuro (futuramente no top 10)
Viana
– Imperativo (era imperativo pôr-nos a caminho pois queria começar a pedalar –
dizia ele)
António
– Condicional (em má forma, a condição das pernas… condiciona-o)
Vitor-
Gerúndio (andando e esperando)
Hélio
–  Conjuntivo (o conjunto de lycras novas
assentavam que nem uma luva)
Angelo
- Passado (…da cabeça por não ter forças logo desde o inicio do passeio)
Acondicionadas
as bicicletas numa carripana espaçosa e os tripulantes acomodados (ou terá sido
incomodados… com a falta de espaço para as pernas) num jipe fantástico, arrancamos
até Vieira do Minho.
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| Mas que bela carrinha cheia de tralha! | 
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| -Ó Vítor desmontaste as pernas? -Sim sim estão na carrinha António! |  | 
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Pela
viagem definimos a primeira de muitas estratégias: musica de Graciano Saga e
similares e, claro está, muita concertinada para motivar as hostes.
Com
as gargantas afinadas, decidimos delinear (termo que a Troika usa mas ninguém
ainda percebeu muito bem para que serve) a estratégia a seguir pelos Tapafuros
no passeio: irmos todos juntos num ritmo de passeio para aproveitarmos ao máximo as
paisagens de Vieira do Minho e os trilhos idealizados e criados pelos amigos
dos Pedalar Vieira.
A
motivação era enorme a julgar pelas amostras que tinhamos visto na net do árduo
e intenso trabalho que a organização teve a preparar mais uma Rota do Fumeiro.
Chegados
a Vieira do Minho, toca de ir levantar os dorsais. Tudo muito bem organizado,
como seria de esperar, com 5 meninas simpáticas a fornecerem os sacos aos
lycrosos com uma bela duma chouriça lá dentro. 
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| Os números em cima são da classificação final? Mas como eles sabem? - parecem dizer! | 
Tomado
o café e reforçado o pequeno-almoço (só a viagem de carro deu para cansar os
atletas devido à cantoria e ao falatório produzido por Km percorrido)
preparamo-nos para a partida.
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| Alinhados para a partida definiu-se a estratégia | 
Entre fotos da praxe, aqui se protagoniza a
primeira fuga do dia: a da menina da rádio Alto Ave que fazia reportagem entre
os ciclistas e que escapou por uma unha negra aos Tapafuros já que o som da
partida foi dado nesse preciso momento.
Lograda
a tentativa de dar uma entrevista, os Tapafuros, meio desorientados, arrancam
com a maralha estabelecendo logo duas novas estratégias: 
“Pedala pá que vai tudo prá
frente e o caminho é por ali!”  seguida por 7 dos elementos participantes e  
“Se a
menina da rádio te escapou aqui vai até ao reforço que pode ser que esteja lá!”
seguida pelo restante.
500
ciclistas a pedalarem ao mesmo tempo é bonito de se ver! – Dizem, porque nunca
vi! Como vou lá no meio só vejo os 20 que me rodeiam.
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| Põe-te a tirar fotos e depois diz que ficas para trás - dizia o Hélio | 
Passados
os primeiros kilometros em alcatrão, que faz sempre bem ás pernas e estica o
pelotão, chegamos aos trilhos que dão ao BTT a razão ao seu nome: o todo
terreno.
Sobe
para ali, sobe para lá, sobe até aquele cume, sempre a subir na vida: pelo
menos foi o que pareceu…
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| Denho a dingua de dora? Ito dobe duito - parecia dizer Ang3lo | 
A
estratégia “Pedala pá que vai tudo prá frente
e o caminho é por ali!” estava a ser substituída por “Pedala pá mas devagarinho o
caminho é por ali mas tens tempo” e a outra estratégia começava a
transformar-se em “A menina da rádio se calhar não está no reforço, mas há lá bolos!”.
Tendo
este cronista saído do final do pelotão (boa desculpa, fui mas é ficando para
trás logo ao inicio), aos poucos lá consegui recuperar alguns lugares, e quando
me preparava para uma viagem a “solo” começo a recolher colegas Tapafuros que
segundo vociferavam já não davam mais, mas soou-me a desculpa esfarrapada só
para não deixarem ninguém para trás.
Por
esta altura Ang3lo, Valente e Viana eram acompanhados pelo Victor que fez
questão de esperar e assim embarcar na estratégia que valeu até ao final para
este grupo: “Andar como se pode e ao máximo da diversão!”.
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| Estratégia : Andar como se pode e ao máximo da diversão!”. | 
E os outros? – perguntam
vocês.
Quero lá saber. –
Respondo eu. 
Naaaaãooo, brincadeira!
Ora vejamos:
O Hélio ia no meio da
confusão (ou pelotão) de sorriso permanente, já que este passeio significou a
sua estreia vestido de Tapafuros. Uma inauguração é uma inauguração e o Hélio
fazia questão de brindar com todos o seu belo equipamento.
Mais à frente ia o
António armado em ET. Passo a explicar: por duas ocasiões teve “encontros
imediatos”… com Tapafuros! Por duas ocasiões deu de frente com o Agostinho: na “pane”
deste ultimo e no reforço.
O Agostinho foi, como
dissemos, atacado pelo Milhafre, esse vil inimigo dos ciclistas e que costuma
provocar maleitas nos ditos cujos…ciclistas.
Trilho bonito, ciclista
animado, milhafre malvado e pimba…joelho do Agostinho sangrante e desviador
empenado.
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| O joelho sangra mas haviam de ver como ficou a pedra! | 
Já o Nuno que decidiu “correr”
(literalmente – até há um vídeo disso AQUI minuto 1:40) para a frente…e ia apanhando peças do
Agostinho e as caibras do António, animando-os para chegarem ao reforço e assim
fazerem uma paragem ao pintainho, ou vulgarmente conhecido em inglês por pit
stop. 
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| Nuno - "Xiiii subir até ali a apanhar caimbras do Antonio e peças do Agostinho? Devia ter trazido a mochila!" | 
Já era sabido que os
amigos dos Pedalar Vieira se tinham esmerado na definição dos trajectos, mas ao
percorrê-los…sem palavras!! Simplesmente fantásticos os gazes únicos, ou
vulgarmente conhecidos em Inglês por Single tracks.
Com vista fantástica para
a albufeira da Caniçada, o trilho manhoso e vertiginoso com o abismo ali a
ameaçar, foi das melhores sensações que o BTT proporcionou a este que vos
escreve…maravilhoso!!! Parabéns aos trabalhadores na criação do trilho.
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| Lá ao fundo o "charco" - vertiiiiigem! | 
Tão maravilhados ficaram
os nossos amigos Agostinho e Viana, que nesta zona decidem experimentar a
sensação única do: ai Jesus que lá vou eu!! 
Se o primeiro bateu numa
rocha e esmurrou o joelho, entortou o desviador (ficou ele próprio desviado) e
estragou irremediavelmente a rocha, já o segundo quase vai a banhos na Caniçada,
sujeito a ir à barragem e a entupir uma turbina dos Chineses da EDP e nós
termos que pagar o prejuízo!
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| Viana a recuperar da queda - "Vitor, se eu não desse uma chincula ía à barragem!"- explicava ele | 
Felizmente apenas
arranhões e “amassos” menores resultaram destas ocorrências.
Depois da luta com as
vertigens e de um trilho delicioso junto ao Cruzeiro da senhora da Fé chegamos
ao reforço.
E algo há a dizer acerca
do reforço: vista panorâmica, oficina de assistência técnica, pessoal simpático
e muito prestável com prazer em nos ter por lá, comida variada (Bolos diversos,
marmelada, presunto!!! Pão e broa :) ),
café (são inigualáveis nisto) sumos e agua. Do nosso ponto de vista: o paraíso
dos reforços do BTT está na serra da Serradela!!! MAIS NADA!
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| Zona do reforço vista 1 | 
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| Zona do reforço vista...espectacular! | 
Mas do reforço dos
Tapafuros contam-se duas histórias:
- Os Tapafuros da frente
(Agostinho, Nuno, Hélio e António) reagruparam e decidiram ali a estratégia para
o resto da prova: “Foge que a Troika ainda nos apanha” e após o ataque de tosse do
António e do desempeno ao Agostinho, perdão, ao desviador do Agostinho, lá
seguiram viagem a todo o gás.
- Os Tapafuros da
estratégia “Andar como se pode e ao
máximo da diversão!” (Valente, Vitor, Viana e Angelo) fizeram ali quase a
sua casa de férias: comeram e beberam, tiraram fotos, brindaram com Favaios e
conviveram com colegas que lá se encontravam.
No meio da confusão de
ciclistas e bicicletas delicadamente arremessadas para o chão eis que surge a
razão do sacrifício em chegar ao reforço: a menina da rádio!
Objectivo cumprido! 14km
percorridos, 800 metros de altitude, trilhos periclitantes e subidas
infindáveis, mas agora a entrevista estava ao alcance!!!!!!
E assim foi.
Simpática e paciente, a repórter
da Radio Alto Ave fez a entrevista possível a dois Tapafuros que despejaram,
sem pedir licença, uma data de baboseiras sem sentido nos 96.1 fm da estação
local. Ainda assim e porque ninguém pode provar o contrário, foi durante a
nossa entrevista que a Radio obteve o maior share do dia! 
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| A menina da radio e os Tapafuros - sucesso nas audiências. | 
Depois do reforço,
indicaram os amigos da organização, viria o melhor. Melhor ainda? Só se forem
as descidas. E não é que foram mesmo?
Os pedalar Vieira não
servem para políticos pois cumprem o que prometem.
Trilhos fantásticos pelo
meio da Serra da Cabreira, quilometros de single tracks, as pontes criadas para
o evento, as matas deslumbrantes, o ziguezaguear pelas arvores e o manto de
folhas a tapetar os caminhos… fazer BTT e participar num passeio deveria ser
isto mesmo. 
Não são importantes os
tempos, os lugares na classificação geral, os Km’s percorridos…vale pela
satisfação de ter o privilégio de conhecer aqueles locais a fazer o que tanto
gostamos: andar de bicicleta.
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| Ó Sr. Vitor isto É LINDO! | 
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| Quase atropelo um esquilo! | 
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| Foi de mim ou apagaram as luzes lá atrás? | 
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Por isso a longa crónica
dos Tapafuros acerca do IV PASSEIO BTT ROTA DO FUMEIRO em Vieira do Minho termina
por aqui, da melhor forma, com a descrição da sensação unanime de que foi um
dia magnifico de BTT: Obrigado Pedalar Vieira e parabéns. Até ao ano!
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| Coisa mais linda | 
PS: Embora não tenhamos
participado no belo do almoço da organização, comemos muito bem em Vieira do
Minho e no regresso voltou a ouvir-se Graciano Saga e similares.
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| Come-se bem pois então! | 
As fotos dos Tapafuros
AQUI. 
Saudações
Tapafurísticas!
Ang3lo