Ora aí está, comprovado cientificamente pelos bravos do pedal e das ciências (des) humanas. Depois de muitas horas de estudo e de experiências, pudemos comprovar a tempo e horas, por uma simples pesquisa na Internet, que o ritmo cicardiano pode tramar aqueles que se esquecem de colocar máquinas sofisticadas e barulhentas para contrariar o referido ritmo.
Mesmo para os que contrariaram o cicardiano, tentando usar a principal caraterística do país dos relógios, tiveram que enfrentar a inércia do sono e à hora marcada para a hora H a imagem era esta:
- Oh Vítor que horas são?- pergunta o António. -São 8 horas e 2 minutos, responde o primeiro. |
Ao Vítor e ao António só restou fazer horas. Pouco a pouco lá foram aparecendo alguns bravos do pedal. Por ora ainda estávamos otimistas mas ora a fazer contas ora a dar uns últimos retoques nas gingas chegamos à conclusão que não seríamos mais do que meia dúzia.
Claro está que a culpa não foi só dos relógios, os deveres matrimoniais, paternais e outros mais também tiveram influência nesta pouca afluência de bravos.
Agora que a hora já avançou bastante relativamente à hora H, decidimos dar o passo seguinte nas habituais voltas domingueiras. Hora da cafeína, um local bem perto do ponto de encontro e os mais retardatários sempre poderiam facilmente ir até lá.
Mais um pouco a fazer horas para ver se apareciam, fora de horas, mais alguns bravos do pedal. |
Convém ressalvar que apesar de aparecer na foto “Máquinas Agrícolas”, as máquinas usadas por nós são preparadas para usar na montanha, são máquinas “montanhescas”.
São 8 horas e trinta minutos, já não dá para fazer mais horas, são horas de partir. E assim foi, 6 bravos do pedal fizeram-se à estrada, melhor à montanha, destino – Pegadinha.
Para aquecer os motores, o engenheiro do percurso, o Nuno, resolve, à semelhança do que aconteceu em Viana e em Ponte de Lima – 5 Km de ecovia, descer até ao rio e fazer 100 metros de ecovia. Não é fácil arranjar a proporção de tal equivalência face ao número de atletas e à temperatura do ar, muito agradável – diga-se. Mas os engenheiros é que sabem dessas coisas.
Começar as voltas com um pouco de ecovia parece que resulta bem, mesmo quando esse pouco é mesmo pouco, mesmo mesmo |
A noite com poucas horas (ou não) parece também ter afetado a qualidade das fotos.
Foi tão pouco de ecovia que enquanto parei para tirar estas fotos medíocres, guardei a máquina e segui viagem, já não vi mais ciclistas na ecovia. Com o Nuno e o Agostinho na frente do pelotão só podem ter começado com um ritmo diabólico e já passaram para o outro lado da ponte. Ora, só me restava pedalar um pouco mais depressa e tentar apanhá-los. Nada no horizonte!!! voltar para trás e perguntar a um transeunte, ou um pescador. Surpreso, estávamos a voltar para o ponto de partida ou perto dele, lá encontrei, finalmente, o restante grupo. Estava o aquecimento feito, está na hora de subir. E assim foi, primeiro pelas vielas e ruelas da Vila de Ponte da Barca para logo de seguida percorrermos umas calçadas novas para a maioria do grupo.
Findas essas novas calçadas seguimos por trilhos conhecidos até à Pegadinha.
-Ora Agostinho, eles sabem o caminho. |
Deixem-me só arranjar a indumentária que eu já os apanho. |
E não é que apanhou mesmo, reparem bem na foto – o grande plano é do Rui mas lá na frente, coladinho ao Nuno e o Agostinho, vai o Vítor.
O que é que eu poderei arranjar na minha indumentária para conseguir apanhá-los?! |
Mais do que a tempo e horas, o ritmo imposto pelos fugitivos era mesmo diabólico, chegamos à Pegadinha. Por falar em Pegadinha, mal lá chegamos resolvemos fazer uma pegadinha (brasileiro) com as nossas gingas.
Vês Viana, vês! não caiem ... |
O Viana ficou sem palavras, se fosse o Filipe não seria de admirar. Neste caso foi mesmo a pegadinha (brasileiro). Passada a admiração e estupefação da pegadinha foi hora de pegar uma foto de grupo.
O Agostinho quis solidarizar-se com os outros e ficou ao mesmo nível |
A solidariedade do Agostinho foi por pouco tempo, de regresso à estrada, melhor, aos caminhos, é vê-los partir!
Aqueles dois estragaram o piso todo agora já ninguém consegue subir - contestam os outros elementos do grupo |
Vencido o primeiro obstáculo é hora de partir para o próximo, toca a subir até ao 700 metros do nível do mar. Para chegar ao topo da serra de Oural os 4 bravos lá tiveram que perseguir os dois fugitivos. Mesmo apeados ainda seguiam na frente.
- Despacha-te Agostinho que eles vêm já aí. |
Numa perseguição sem tréguas, toca a pedalar rumo a Oural. Ora, ora, o espírito de camaradagem dos bravos do pelotão não foi descurado, vejam só:
Ah, Ah, um jeito na indumentária e aqui estou eu - diz o Rui |
Ora cá estão os bravos do pedal no topo da montanha:
Um, dois, três, quatro, cinco, seis. |
Face ao esforço despendido o António resolve telefonar, com muitas interferências na chamada, à sua paixão para lhe pedir que colocasse uma garrafinha no congelador para repor as energias no final da volta. Vai daí, notícia espalhada aos sete ventos, digo seis bravos, toca a descer num ritmo corajoso. Por trilhos conhecidos mas muito interessantes de se fazerem fomos parar a Lavradas e daí até à casa do António, pela ecovia, foi um tirinho, principalmente para os dois fugitivos. Quando os restantes quatro chegaram já os outros estavam de saída. Não, não foi assim, só a parte da saída, a esposa do António obrigou-os a esperar pelos companheiros :-), não estivesse ele no grupo dos retardatários.
Hora, a tempo e horas, do debriefing:
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, + o António e o Nuno, oito?!?! |
Correção – onde se lê “notícia espalhada aos sete ventos” deve ler-se “notícia espalhada aos oito ventos”.
Parece que houve gente a dispensar da prova Oural. Os que tiveram que ir à prova Oural tiveram a felicidade de não encontrar o milhafre, tal era a velocidade imposta e tão poucos eram os ciclistas, e as duas quedas registadas não tiveram quaisquer consequências.
Uma volta fantástica.
Mais fotos do passeio AQUI
Abraços Tapafurísticos
António Galvão
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